Entre becos e ruas a escuridão dorme
Seus filhos desgarrados se ocupam com pensamentos insanos
Loucura que profana solo sagrado
E nos transforma em conflito existencial
O sol não acorda, eu muito menos
Entre cigarros e desespero meu ser se recolhe
Madrugada fria que derruba lágrimas de sangue choradas pelos deuses
Não sei por qual razão, mas aqui me encontro
Perdida entre a Augusta e a São João
Com a missão de não ser como os outros
Indiscutivelmente incoerente
Raios e trovões refletem a obscenidade presa em cada janela
Fumaça presa entre os dedos, e as lembranças entre os fios de cabelo
A duvida incessante martelando a alma e o espelho
Cortinas velhas paredes caídas, imóveis repletos de recordações
Vidas mal vividas
Vinho barato na mesa e copos pela metade
Evoé, Dionísio limpe a impureza dessa cidade e de minha alma
Tão acostumada a pecar inocentemente
Faz grito, chuva e ressaca
Luz na penumbra e vida pela metade
A lâmpada não acende
Nem a chama do meu coração
E o desejo do meu sexo
Tão virginal em meio aos puteiros da Bento Freitas
Um banquete estendido a vida
Celebra o que ainda está por vir
Salve São Paulo!
Por: Mayara Stefane e Priscila Lima
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