quinta-feira, 5 de abril de 2012

Tola Apaixonada


Eu me joguei do viaduto da castelo e agora estou bebendo sozinha em meu quarto as três da tarde, horário nada propicio eu sei.
Eu te conheço a pouco, mas já sei que não perderia sequer um instante para pensar em mim, afinal quem sou?
Tola apaixonada, mas eu ouvi por ai em qualquer letra esquecida de alguma canção que apenas os fortes se apaixonam então, porque me sinto vulnerável com sua presença?
Minha garrafa de inspiração já esta pela metade e você não chega e nem chegará.
Espero-te no beco de alguma rua vazia esquecida por Deus e segurança, eu não sei como chegar a sua casa ou qual o modelo do seu carro que faremos amor, mas sei, eu sei que esta noite eu me contorci de prazer entre os lençóis de minha cama sentindo seu cheiro.
Você cheira a cigarro e a vinho, cheira como irresponsabilidade perdida no tempo de 1980 quando ouvia bandas de rock em LP e fingia ser adolescente.
Eu me lembro de quando andando na chuva idealizando alguém perfeito, nos meus conceitos, que viria me beijar no meio da rua e este se parecia muito com você.
Anestesiada pela morfina das marcas do tempo que me impedem tentar aproximação de algo tão verdadeiro, perigo estampado em seus olhos anunciam os tambores.
Afasta-te, avisto a saída de emergência e resolvo tentar quando me impedes com meia dúzia de palavras baratas que ascendem novamente a chama da esperança.
Tola apaixonada, manipulada por frases direcionadas a outra dita o ditador, paira no ar a duvida trazida por corvos e abutres que querem o meu fim para que possam se alimentar de mim, de minha criatividade imoral jogada a tantas na 25 de março.
Ouço a risada de Paola, um dia eu tentei parecer santa e disseram que eu mais parecia uma vil prostituta, calem-se eu conheço o significado de virtude a qual não tenho, mas posso fingir como outras tantas.
Não quero que me digam se coleciono garrafas ou amores mal sucedidos, perdidos, mil versos inacabados pela falta da verdade e coragem não estampadas em meu peito.
Tola apaixonada, apaixonada pelo poeta que não me faz musa nem a mim usa como instrumento ou mesmo para amar.
Olho para o céu e apenas vejo fumaças acinzentadas, as estrelas escondidas por trás de mascaras e ninguém se da conta da beleza. Faça mulher a menina mal amada e profetiza de templos ainda não conhecidos pelo homem, sem afinidade alguma com o mundo exterior eu caminho em direção a orla que me aquieta, faz-me parecer poeta.
Fraude! Alguns tolos gritam e protestam sobre minha capacidade, de amar, criar, sentir e fazer notar.

Escrito por Mayara Stefane

Nenhum comentário:

Postar um comentário