Já é noite e eu deixei a tv no mudo, não existe proveito nisso, lixo imundo.
Congelada como a grama pelo orvalho da manhã, eu penso.
Os homens de nenhuma expressão em suas faces, o que querem dizer no silencio?
Procuro as respostas nas palavras de Clarice e acabo por encontrar novas perguntas.
Clamo por um descanso. Não haverá dia que não me equivocarei? Acho que não.
Pobre criança! Escuta tua mãe, ouve teus pensamentos perdidos em algum abismo de desilusão passada. Liberta-te da sua incoerência e dor. Acalenta tua alma necessitada de amor, não negues mais. Cria coragem e olhe nos olhos do seu demônio interior, agora!
Anda, anda em passos largos e encare o espelho, teu reflexo distorcido de realidade.
Acendo mais um cigarro e me lembro então de sonhos antigos, perdidos, da menina de olhos meigos sem receios. Lembro-me da inocência, da pureza, mediocridade e da ignorância que me ascendiam o sorriso.
Ouço ruídos, são meus fantasmas gritando em tormento para ela:
- Cala-te, cala-te!
(texto de Mayara Stefane)
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